quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Obsessor e Obsediado:


O estudo da obsessão tem levado à compreensão de que as criaturas encontram-se na grande maioria envolvidas por conflitos do passado.
São enfermos que reclamam tratamento à luz do esclarecimento, pois somente através do perdão das partes envolvidas, poderá desmanchar os liames doentios que os prendem. É preciso notar que os laços são modificados, nunca rompidos. Onde há ódio, passará a haver compreensão, entendimento, paciência. Em benefício desse objetivo deixarão pelo menos, de prejudicarem um ao outro, ganhando com isso, equilíbrio, que os conduzirão ao respeito e futuramente ao perdão total dos compromissos. Fazendo-os continuarem ligados, mas agora unidos pelos ideais de ajuda e quites com a justiça divina.
O Obsessor que guarda hoje sentimento de revolta e vingança, é alguém carente de amor e compreensão.

- Desobsessão:

No sentido amplo da palavra significa o ato de curar alguém da obsessão.
A cura espírita da obsessão baseia-se na conscientização do enfermo e do espírito agressor, posto que o paciente, é o agente da própria cura.
Para isso a Doutrina propõe:
  1. O esclarecimento através do estudo
  2. Renovação interior por intermédio da ação do pensamento e da vontade.

- Como evitá-la:

( Conheça a ti mesmo)
Através do exercício constante da análise de si mesmo, o ser humano passa a se conhecer, colocando parâmetros entre o que pode e o que não pode realizar. Com isso passa a perceber as induções mentais que não se coadunam com seu modo natural de ser. Quando se conhece, se vigia, não aceitando idéias diferentes das suas. Vivendo de acordo com o preceito de Jesus; "Orai e vigiai, para não cairdes em tentação"
Paulo de Tarso diz: "Tudo me é possível, mas nem tudo me é permitido". Nos alerta através dessas palavras que tudo podemos fazer com o nosso livre arbítrio, mas nem tudo que fazemos se reverterá em nosso proveito espiritual. A sabedoria do espírito é saber discernir entre o que traz felicidade momentânea ou a felicidade eterna. A opção da escolha é sua, não podendo a ninguém imputar culpa posterior.

- A família perante o enfermo:

Há que se destacar que no processo desobsessivo, a família assume papel preponderante, podendo colaborar sobremaneira para que o tratamento da equipe de desobssessão surta o efeito esperado.
Ela, na maioria das vezes é a mais afetada pelo problema, não sabendo como proceder com o enfermo.
Por esse motivo são feitas as seguintes recomendações à família:
  1. Paciência com o enfermo;
  2. Ausência de curiosidade sobre o obsessor;
  3. Não atribuir-lhe (ao obsessor) os acontecimentos desastrosos que os visitem;
  4. Não ter repulsa aos perseguidores;
  5. Não desejar que eles (os perseguidores) sofram o reverso da medalha;
  6. Esperar, sem pressa;
  7. Confiar no tratamento dos bons espíritos;
  8. Não buscar meios violentos ou aparentemente rápidos para desalojar o obsessor;
  9. Orar sinceramente em favor do perseguidor.

- A desobsessão no centro espírita:

O Centro Espírita é a peça fundamental para o tratamento da obsessão. Para isso deve dispor de equipe experiente para proceder a recepção e o diálogo com os obsessores.
O seu ambiente é impregnado de fluidos salutares que influi positivamente na reforma moral tanto do desencarnado como do encarnado.
Mantendo reuniões evangélicas ou cursos doutrinários para onde devem ser encaminhados os necessitados encarnados. Também trazidos pelo plano espiritual que assiste a casa, os desencarnados envolvidos no processo receberão esclarecimentos. Assim ambos terão bases sólidas para mudarem hábitos e atitudes, condicionando-se a atitudes mentais mais saudáveis.

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NOTA: Enquanto o homem não incorporar em seu comportamento e hábitos as lições de Jesus, a obsessão continuará a existir no meio humano. Com ela, resgatamos os erros do passado, e aprendemos a modificar o nosso relacionamento humano para melhor. Quando superarmos a maldade em nossos corações, saberemos respeitar os direitos do próximo, e a nossa querida terra não mais será habitat de espíritos vingativos e dominadores, que serão banidos por falta de sintonia, da psicosfera. Teremos nos libertado do mal, caminhando rápido para a era do espírito.
Por isso, a vivência das palavras do Cristo, assume caráter imediato e imperativo, para felicidade nossa e do nosso mundo.

Altivo Carissimi Pamphiro
Presidente do Centro Espírita Léon Denis


Preconceito é a Primeira Barreira da Desobsessão

O julgamento do mundo é quase sempre, implacável: “Todo suicida é um covarde e merece ser riscado da memória dos familiares e amigos que deixou na Terra”. É mais severo ainda o julgamento feito em relação aos delinquentes de todos os matizes: “Pena de morte para os criminosos e, depois de mortos, o fogo do inferno para eles, eternamente” – grita a multidão enfurecida.

De saída, é preciso entender que os infratores das Leis de Deus, transformados em perigosos obsessores na espiritualidade, são seres primitivos em moralidade.

Mas se alguém se julga perfeito e imaculado, que atire a primeira pedra.

Os obsessores são nossos irmãos desligados da veste física, ainda presos a idéias materiais, crendo-se vivos entre os homens. Nos casos mais graves, de suicidas e ex-criminosos, por exemplo, os infelizes recebem normalmente penas duríssimas, impostas pela própria consciência. Antes disso, porém, passam p elo julgamento da sociedade terrena, levando na bagagem, quando ingressam no plano espiritual, o desprezo dos que que ficaram na terra e o ódio das vítimas a quem estão presos.

Eis o primeiro desafio do doutrinador: superar os preconceitos sociais. Sob o aspecto prático, o benefício concedido aos obsessores estende-se a toda a comunidade onde atuam esses infelizes de forma sempre nefasta. Mas, a visão do espírita deve ser mais abrangente: se Deus é misericordioso com as faltas de todos, o médium está obrigado a aplicar o mesmo critério àqueles que agiram precipitadamente mais nocivos à sociedade.

Impõe-se, como se percebe, a reforma íntima como pré-requisito indispensável ao tratamento da obsessão. Em alguns casos, os infratores das Leis de Deus apresentam-se predispostos ao arrependimento, carentes de calor humano e compreensão. Mas nem sempre é assim. Muitos mantêm-se irredutíveis em sua obstinação no mal.

Em todos os casos, o antídoto mais eficaz é o amor fraternal. Acrescentamos, propositadamente, um qualificativo ao amor, embora ele se baste. O exagero justifica-se porque temos de nos superar, nas sessões de desobsessão, expressando todo amor possível – única maneira eficaz de enfrentar e superar barreiras tão complexas.

Os riscos da desobsessão decorrem da nossa invigilância. Por isso, o equilíbrio e o respeito ao próximo, de quem nos tornamos confidentes, são indispensáveis, porque garantem o sucesso dos trabalhos e, ao mesmo tempo, defendem o doutrinador e o médium dos pensamentos viciosos e doentios do obsessor.

Atraído com amor, o espírito sofredor, sob controle do médium, goza de relativa liberdade.

Sentindo-se à vontade e respeitado, o obsessor acaba falando do motivo de sua vinda à sessão espírita e da causa do seu sofrimento, apontando o caminho por onde deverá guiá-lo o doutrinador.

Na segunda etapa, não menos complexa, o doutrinador estabelece a conversação, esclarecendo o obsessor sobre sua atual situação de desencarnado, porque muitos deles pensam estar vivos e insistem em não aceitar a nova condição de espíritos errantes. A persuasão exige, às vezes, longo tempo, com resultados imprevisíveis, mas sempre produtivos, se o centro espírita é bem estruturado.

O bom doutrinador motiva o obsessor a mudar o ponto de vista, trabalhando com as idéias de arrependimento, confiança em Deus e esperança no futuro.

EFICÁCIA DA PRECE – Se o assistido persiste em anular nosso esforço, com evasivas e sofismas, nós o convidamos a participar de uma prece, sempre eficaz. Suplicamos a Deus força e esperança. O resultado favorável dependerá, no entanto, da conjugação de alguns fatores: receptividade do obsessor, mais ou menos intensa, nas diversas fases do tratamento; conhecimento e autoridade do doutrinado r; e entrosamento dos participantes da sessão espírita.

O orientador, sobre quem recai a maior responsabilidade, deve observar, durante a sessão, o desempenho de cada integrante da equipe de médiuns, interferindo sempre que necessário para corrigir faltas de atenção ou erros banais. Não se subestime nunca um obsessor. Ele aproveitará qualquer deslize dos médiuns para perturbar.

O companheiro, sobre quem recai a maior responsabilidade, deve perceber que está entre irmãos, diferenciando-se dos médiuns em um ponto importante: os médiuns, já conscientes da realidade espiritual, esforçam-se para expurgar os defeitos morais. Essa idéia tem de ficar bem clara: todos, sem exceção – obsessores e médiuns – estão em processo de evolução, ainda sujeitos a erros.

Todos somos devedores da Lei de Deus. A essa idéia devemos acrescentar outra, ainda mais importante: somos filhos de Deus, amados por Ele e, portanto, dev emos nos amar como irmãos, ajudando-nos mutuamente.

É importante também destacar a força do pensamento no processo obsessivo. Na conversa com os sofredores, devemos mostrar-lhes que estão na atual condição de infelizes, porque se mantêm presos a pensamentos negativos e pertinazes. Os obsessores costumam insistir na mesma idéia de doença, ódio, vingança, condenação eterna, e acabam acorrentados a esses pensamentos fixos.

A única saída para o obsessor é a mudança do padrão de pensamentos, para que permitia a ação dos amigos da espiritualidade. Não nos esqueçamos de que ao indicar tal receita, nosso padrão já deverá estar bastante elevado, criando em torno de nós uma aura de autoridade moral.

O espírito liberto da matéria, seja ele quem for, é muito sensível ao conteúdo do que dizemos. Atitudes de discussão, coação, má vontade, impaciência são registradas imediatamente pelo irmão necessitado de auxílio. A reação à nossa invigilância surge imediatamente: o obsessor ressente-se e recolhe-se à antiga posição de intransigência.

Devemos, ao contrário, agir com benevolência, paternalmente, quase com doçura, como quem fala a um ente querido. É difícil, exige treino e muito amor. Quem sofre, pede compreensão e amor, não reprimendas enérgicas.

Mas, atenção! O médium treinado impedirá sempre a manifestação do obsessor por meio de palavrões, totalmente dispensáveis. Se isso ocorre, eventualmente, o doutrinador hábil finge nada ouvir, para não criar maiores constrangimentos. Encerrada a sessão, orienta o médium para que o fato não se repita.

É comum a vinda de espíritos zombeteiros e galhofeiros às sessões. Alguns deles, convidados ao arrependimento, insistem em fazer rir os médiuns, com suas tiradas espirituosas. Não contidos a tempo, desequilibram o ambiente. Às vezes, o tumulto é tanto que provocam, lamentavelmente, a interrupção dos trabalhos.

Todas as providências e precauções devem atender a um único objetivo, o de despertar o companheiro sofrido para uma nova vida, cheia de promessas de redenção espiritual.

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