segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Parábola do Menino Órfão

Um menino que já era órfão de pai, acabara de perder a mãe. O menino estava inconsolável, não parava de chorar e em seus prantos se desesperava em dizer:
-O que será de mim agora? Não tenho pai e agora Deus leva a minha mãezinha. O que eu vou fazer da minha vida? Quem vai cuidar de mim? Deus não é justo, pois tanta gente ruim para morrer, teve de levar justamente a minha santa mãezinha!
Era uma atmosfera triste, era um vazio total, uma sensação de desconsolo. O desespero do menino era tanto que ele tentara por diversas vezes “ressuscitar” a mãe. Como ele tentou!!! Mas a mãe estava morta, foi enterrada morta e continuava morta. O menino estava fazendo exatamente como Jesus fez com Lazaro” Sai do teu sepulcro e anda mãe!”
Um ancião que passava e observava tudo atentamente sentiu naquele momento o desconsolo, a tristeza, o desespero, a inconformação e ao mesmo tempo a fé do menino. O ancião se aproximou do menino e  se fez presente e disse:
-Sua mãe estava muito doente, ela fez tudo por você, ela te amava tanto! Ela estava bem velhinha pois viveu até o limite da sua vida. Foi amada por ti desde que nasceu até o fim. Por isso, sua alma foi enriquecida pela experiência daquela que foi sua mãe, enquanto tantas outras mães são maltratadas pelos filhos. Ela cumpriu, no cenário da vida, a tarefa que lhe foi atribuída e não quer voltar. Filho,, dê a liberdade a sua mãe, a liberdade que ela conquistou. Solte-a nos campos livres do plano superior, no cadinho da criação, não a prenda mais. Além do mais, você não tem o direito de julgar Deus, e nem sair por aí ressuscitando. Cada exemplar vivo que surge no plano físico das manifestações tem um programa, uma média de vida estipulada, um passado, raízes e ligações, e o livre arbítrio. Quem ressuscita algo ou alguém deve respeitar esse conjunto de condições, ter um propósito superior e , mesmo assim, depende muito daquele que pode retornar à vida. Para uns, ser ressuscitado pode ser um benefício, para outros, um obstáculo no processo de crescimento espiritual.
Eu estava passando por aqui e percebi e captei a sua angústia, orei por você e pela sua mãe, supliquei aos céus não a ressurreição mas, acima de tudo, a remissão dos pecados que geraram a deficiência. Queira a cura verdadeira e não o retorno artificial à vida ou uma condição anterior, às vezes já esgotada. Talvez, soe como paradoxo, mas a cura real frequentemente pode estar inserida no processo a que chamamos  de morte. Darei um exemplo,continuou o ancião tomado por um sentimento fraterno-
-Um corpo foi irremediávelmente danificado ou gasto, “alguém” por misericórdia, intercede e logra o perdão à enfermidade ou a decrepitude, mas naquele momento, o veículo físico está tão inutilizado que seria melhor ser substituído por outro em melhores condições, se isso convier a seu possuidor. Aí a morte física é um processo de renovação, da mesma forma com que, numa determinada hora, a serpente abandona sua velha pele e a largata se transforma em borboleta. O universo das manifestações é mutável e a energia que nele tramita é, na prova final, um espiral que se movimenta sempre em sentido evolutivo, ascensional. A sua mãe pode ter ficado “presa” aos seus chamados, mas não voltaria à vida, simplesmente porque você não tem o dom de ressuscitar e por ver você nessas condições, simplesmente estaria “aprisionada” aqui na terra atrapalhando a sua evolução espiritual. Lembre-se , filho, você não está só, os anjos estão contigo e hão de consola-lo e discipar esta tristeza substituindo-a pela conformação e a compreensão conforme a lei natural das coisas e com isso sua mãe ficará mais descansada, orando por você e te guardando e te amando até um nôvo “encontro” , você me entende?
Dito isso, o ancião, cumpridor daquele momento solene,  foi se afastando, deixando o menino órfão mais confortado, esperançoso  e conformado.  

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