quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Por que insistimos em nos sabotar?

A tentativa de associar a medicina tradicional com técnicas complementares tem nos mostrado uma faceta muito interessante das doenças, que é justamente a auto-obsessão, ou seja, essa nossa capacidade inata e nem sempre consciente de nos prejudicar, mantendo em nós mesmos aquilo que nos aflige. Muitas pessoas quando ouvem falar em obsessão pensam logo em espiritismo e influência espiritual. Mas aqui falamos de auto-obsessão, que acreditem, é bem mais comum do que imaginamos.
A influência espiritual na vida das pessoas é bíblica, não foi inventada pelo espiritismo. Quem lê os textos sagrados com cuidado percebe facilmente que era uma crença arraigada no povo judeu e outros, a influência de espíritos desencarnados, de "espíritos imundos" causando doença, loucura, idiotia, etc.
Não queremos menosprezar essa influência, pelo contrário, mas somente abordamos aqui o complemento dessa história, que diz respeito a esse auto-boicote, que nos faz manter padrões de comportamento, pensamentos e atitudes que nos prejudicam.

A nossa ligação com o passado é tão forte, que simplesmente não conseguimos nos desligar de padrões de comportamento adotados em vivências diversas que já tivemos. Daí surgem os conflitos, dissociando o que aprendemos do que fazemos. É o famoso "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". Todos temos esse comportamento em maior ou menor grau, e isso não se constitui em desvio de caratér ou falsidade, se dá somente pelo fato que vivenciamos no mundo inteiro uma abertura, uma mudança de paradigma que nos coloca frente a ensinamentos maravilhosos e nos provocam uma inequívoca vontade de mudança profunda.
Conhecereis a verdade e ela vos libertará, dizia o Cristo. Todas as religiões vivem esse momento especial, cada uma a seu modo. A ciência começa a se aprofundar no estudo da relação emoção X físico, a física quântica começa a nos indicar que existe mais do que a matéria que nos serve de roupa terrena. Quando entramos em contato com essa boa nova do terceiro milênio, onde o espírito sobrepuja o físico ficamos maravilhados, mas se ntimos também o imenso caminho que ainda teremos de percorrer para alcançar a nossa libertação individual, para nos desprender do nosso passado de culpas e mágoas.
Essa caminhada deve ser feita com segurança, com muita compaixão por nossas dificuldades, nos tratando como tratamos um filho, ou nossos pais quando lhe sentimos uma falta. A auto-obsessão tem dois lados opostos, ambos maléficos. Podemos nos cobrar demais e transformar nossa vida num eterno "pecado". Tudo é errado. Ou podemos boicotar nossa evolução, nos agarrando em nossas convicções que nos mantém imantados a erros primários.
Maisa Intelisano também nos fala da auto-obsessão "reversa", aquela em que acreditamos ser ou fazer mais do que realmente somos e fazemos, aquela que conduz à fascinação auto-referente, aquela que, inconscientemente, nos faz pensar que somos especiais, superiores... Essa é ainda mais perigosa do que a primeira, pois nos ilude com uma falsa sensação de bem-estar, realização, bondade, etc., fazendo-nos crer que estamos felizes e saudáveis. A outra, por nos trazer desconforto, nos ajuda a buscar os pontos que precisamos mudar. Mas a "reversa", ao contrário, nos confunde com a falta impressão de que não precisamos mudar tanto assim.

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